VERSO, CHORO e POEIRA
Aqui me fica o pranto em rumo exato
da sensação arcaica em mim atada,
nesse choroso, em mim, ferido tato,
de curvas torpes da alma costurada!
Escuto do sobrosso o corpo, o ato,
de um vago som profundo... Vomitada
fagulha de vã queixa, num recato
cego e denso, de morte desejada!
Meu medo está vazio e me ofusca
depois do fim... A honra não me busca
às entranhas de um flagelado aborto...
Escrevi a minha história em puro pó
e poeirento, não desfaço o rude nó
das eternas auroras que sou morto...