AUTO-IMAGEM
Sou nas fendas das trevas voz que dança,
sufocado no som débil do vento...
Sou cansaço em sussurro de esperança...
Sou a ave sem canto ou pensamento!
No escuro sou o medo de criança;
sou um verso sem chama, nevoento...
Sou um giro perdido em confiança
violão que perdeu afinamento!
Sou doçura da água ao inverso!
Sou o ponto obscuro de algum verso!
Sou angústia do mal da dor da cruz!
Sou um jovem que sonha sem ter prumo
sou viagem que se perdeu do rumo...
Sou o sol que perdeu-se e não tem luz...