ENTRANHÁVEL LÁTEGO

Minha alma é tão triste e tão gelada...

Tem no peito um pesar como cativo...

A angústia, num verme abortivo,

minha alma dirige e faz morada...

Tanta dor no meu ego, encarcerada,

ata o olhar do sepulcro incompassivo

no amor que se instala destrutivo

numa mágoa de ânsia lacerada!

Desarmado de paz e de sossego

no flagelo encontro um aconchego

como peixe vivendo em mar imundo!

Desconheço a calma ou luz serena...

Meu futuro é um poço de gangrena!

Meu riacho de dor é negro e fundo!