OCASO REPISADO
Vem a dor junto à tarde, eu a conheço
sua imagem de sangue ao céu forjada...
Sonho morto, ego surdo, a voz calada...
De ilusão sou o mar onde adoeço!
Chega a noite, em lamentos, desfaleço!
Fico assim até alta madrugada...
Não há luz, minha noite é apagada...
Mais escuro é meu dia onde amanheço!
O amanhã é sem paz, sem esperança...
O passado era bom, diz a lembrança!
Um futuro eu terei? O dia corre!
Busco ajuda... Não há quem me conforte...
Quem me dera, feliz, beijar a morte!
Vem a tarde! Outra vez a alma morre!