CAVERNA DO DRAGÃO
Dentro em mim há um monstro adormecido,
uma morte vestida de esperança,
um olor, uma brisa, uma lembrança,
uma ave sem asas... Voo perdido!
Uma cobra a voar... Verso esquecido...
No meu peito há um choque que me cansa:
a desgraça mais dura de uma dança
numa harpa que canta em tom antigo...
Eu não sei o que há dentro de mim...
Se há vida, anseio, morte ou dor;
se tem mágoa, pesar ou solidão...
Eu não sei se o que tenho é bom ou ruim,
sei apenas que vivo este torpor
tendo n’alma a caverna do dragão...