BUSCA IMPLACÁVEL
O que busco, enfim, dentro do meu peito?
Por que sempre essa busca me tortura?
Por que causa essa busca uma apertura
que me faz mais e mais insatisfeito?
Se absorto a procuro no meu leito
me imerso em terrível e vil clausura
como quadro em pavor cuja pintura
faz de mim invasor, rijo e suspeito!
O que busco com tanto desencanto?
Esta desilusão que, vil, me invade
será feita de cardo ou de jasmim?
Que paixão rude é esta? Que espanto!
Temo um dia encontrar esta verdade
e em lamento evadir-me eu de mim!