CONSTERNAÇÃO
Esta ternura exposta em tua face,
esta candura impressa em teu sorriso,
tão primorosas, nem no paraíso
encontraria quem muito as buscasse...
Teu penetrante olhar, vivaz, preciso:
cintilação ditosa, lindo impasse!
Belo raiar, efêmero, fugace...
Minha esperança morta, o meu criso!
Por que, assim, tão vítrea te fizeste?
Por que de ardentes lábios te muniste?
Por que este poder absoluto?
De agonia a minha alma se veste...
De ter afeto o meu amor desiste!
A minha essência inerte está de luto!