LUA DESALENTADA
Nesta noite tão triste eu olho a lua...
Sinto e choro o seu grito tão calado...
Vejo o peito em vil pranto mergulhado...
Sua alma pra mim se acha nua...
Minha angústia de dor degusta a sua,
no soluço de dor, desordenado...
Vivo azedo de mágoa e afogado
embriago-me em mal que não recua...
Meu pesar serve até pra tomar banho!
Sente a lua esse ponderar tamanho?
Todo cosmo em lamúria se acoa!
Sorve a lua esse meu desgosto estranho...
Sem amor e sem vida eu me acanho
e o meu pranto se esvai como em garoa...