Soneto Livre

Com espantosa simplicidade se forma

o harmonioso e belo corpo do soneto,

que hoje é já liberto, e se transforma,

a debelar a triste feição de esqueleto.

Dizendo adeus à enfadonha norma,

vai se tecendo, luminoso e perfeito,

a promover a já inadiável reforma,

usando a inspiração em seu proveito.

É a velha métrica boa e provecta senhora,

conquanto, não mais encarcera o quarteto

e nem seu irmão, que sempre o acompanha...

O algoz do verso, subjugado, foi-se embora,

dando a liberdade para s’espargir o terceto

em face dua, e onde a beleza não se acanha!...

Aleki Zalex
Enviado por Aleki Zalex em 10/11/2011
Reeditado em 10/11/2011
Código do texto: T3328072
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