PASSADO ESMAECIDO
Quando, teimoso, olho ao canto do passado
e lá, risonho, vejo o cálido gemido...
por ter nas chances um algoz adormecido,
choro não ter no espelho do futuro olhado...
É tarde, agora, está desfeita a circunstância...
Como perdi aquele sonho não sonhado?!
O mal fiz pouco pra tanto ter apanhado!
O meu espírito se perturba nesta ânsia...
O meu passado foi um fado inconstante,
astucioso , turbulento, irrequieto...
e desse jeito o revivo no presente...
Quem dera, um dia, o colocasse numa estante
e lá, no mofo, igual a um livro bem discreto
fosse no olhar da morte um fado ausente!