SOPA POÉTICA
Eu sou apenas um faminto nas vielas
que não encontra nas calçadas um poema,
não se depara em meio às ruas com um fonema
nem uma sílaba de poesia nas janelas...
Sou um mendigo à procura de alimento
e meu desejo é um prato de belas rimas...
Choro aflito em meio a falta de enzimas
e não degusto nem um verso farelento.
Em meio as pedras vejo uma palavra solta
e logo além apanho um punhado de letras
e vou juntando tudo em ordem alfabética...
Depois de tanta angústia e reviravolta
olho confuso e contemplo algumas cetras
e as buscando faço esta sopa poética...