Nenhuma primavera
Nenhuma primavera exibirá a puerícia
da flor do meu sorrir. Se em rimas és sincero,
há muita sedução na espectral carícia,
que me reluz em luz quando ao te ver te quero.
Nenhuma primavera exalará a malícia
fremente em mim sensual. Se me requebro e espero,
todo este orvalho-lume em mim se faz delícia,
que escorre do prazer que te ofereço fero.
Nenhuma primavera enlaçará castiça
o ambíguo despudor que se depura ardente
ao brilho dessa luz que no entretom atiça.
Nenhuma primavera extremará tampouco
o rito em soturnez desta afeição candente
e o canto abrasador do meu deleite rouco.
Sílvia Mota a Poeta e Escritora do Amor e da Paz
Cabo Frio, 22 de setembro de 2007 – 7h28
Reeditado em 2 de julho de 2015 – 3h31
Fundo musical: Athena's Love