EGO MOLHADO

Vejo a água escorrendo cega à serra

como um milhão de belos diamantes

desbaratando as árvores errantes

numa graciosa dança que os encerra.

Uma enxurrada de lágrimas descendo,

criando caminhos de calma e pranto,

como gotas de ouro, jóia e tanto

sentindo no sorriso um choro horrendo...

Cada flor é um lenço para a lágrima,

cada passe da água é uma poesia,

cada veste de nuvem é um alento...

O barulho da chuva com a lástima

dos pingos gritando em cinestesia...

Assim é o meu ego turbulento!