A fronte triste pende e a mão tremente e bela
resguarda esta maçã, que junto aos seios trago,
pois cravarias nela os dentes, sem estrago,
salvando em mim fiéis, os bicos de donzela.
Assim, ofereci meu corpo em ti gazela,
à ilusão de um som no qual em paz naufrago,
pois nesse ardor viril, sem pressa ao céu pressago,
há mares de pecado em cores de aquarela.
Eivada de paixão, saudade em tempo espera...
Olhei-me toda nua e em vão no quarto escuro,
rugi nas minhas mãos. Fui dor e fui quimera!
Nos ombros de Morpheus, chorei por mente insana...
Mordesses a maçã, roguei de modo impuro,
aos castos deuses meus. És tu meu céu... Nirvana!
Soneto Dodecassílabo Sensual
Cabo Frio, 8 de outubro de 2009 – 1h05
Reeditado em: Rio de Janeiro, 5 de julho de 2015 – 23h44