MANTO OBSCURO
No azedo cinzento de minha alma
se aloja um palude impetuoso
se gabando de mim, todo ditoso:
Minha dor é aroma que lhe acalma....
Essa estranha neblina bate palma
e se alegra em meu ser todo choroso...
Meu sofrer para ela é glorioso...
Sua paz é me ver todo sem calma!
A miséria suporto em seco gole
como trilhos marcados pelo trole...
Minha morte pra ela é lindo canto...
Essa dor na minha alma que se enfurna
como joia fechada em rude urna...
Costurei na desgraça esse meu manto...