DETERIORADO

Ontem nasceu minha velhice!

No espelho o meu olhar repesa...

A camisa velha menospreza

tanto gabo bobo, tanta asnice...

Minha voz sem causa evidente

disputa ocasião com o suspiro...

Olhando atrás da vida, no papiro

deduzo que vivi inutilmente!

Quem me dera ser novo outra vez!

Ver-me vivo... De riso ter acúmulo...

e gritar: oh como é sublime a vida!

Um ruído fatigando a caduquez

Já me inspira a casar-me com o túmulo

E com o tempo quitar a minha dívida...