Ave Canora

Bailou no ar como se fosse pluma ao vento,

pousou, bem leve, no galho da laranjeira,

arrepiou a bela plumagem na brisa fagueira,

lançou ao céu um canto de contentamento...

Pairei pasmo, admirado, por longo momento,

tão logo ouvi tal melodia, tão harmoniosa!

E de repente a vida se fez mui silenciosa,

para embalar-se naquele som de puro alento...

Não logrei furtar-me a um pulcro pensamento,

talvez mais formoso que a sonora clave de sol,

que fosforescia em minha mente naquela hora:

Todas as notas daquele suave e doce acalento,

eram nada menos que beijos mandados ao arrebol,

pel’alma da terra, transvertida em ave canora!...

Aleki Zalex
Enviado por Aleki Zalex em 04/10/2011
Reeditado em 06/10/2011
Código do texto: T3257003
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