NA ESTRADA DE PEREIRO

Vago triste na estrada a noite afora...

No meu peito uma dor tão afligente...

Vens, ó morte, destróis a mim agora

nesta hora de angústia iminente!

Por mim chora o asfalto assim molhado,

no ofusco em terror que me rodeia?

Uma teia de mágoa é o meu estado,

Só... Ilhado em cruel sede na veia!

Ó cadeia de fome, ó que tormenta!

O barulho da chuva em susto atroz...

A neblina me esconde das estrelas...

Das janelas a luz me acalenta...

Vem a lua e se esconde tão veloz!

Da manhã vem as dores... Quero vê-las...