SILÊNCIO!...

Estou sentado à margem rude e fria

esboçando tua face pelo ar...

Ocultando-me no manto deste dia

vejo-me, refletido, a flutuar...

Já que tanto à morte me arrisco,

e, à noite, não trago meu farnel...

Sei que a escuridão é meu aprisco

e teu brilho nas estrelas, meu cordel.

Vejo astros se moverem nesta água,

deformando teu rosto junto ao meu,

num instante a ti me amalgamando...

Nos delineados frágeis desta frágua

sou retrato ingênuo que Perseu

grita alto o amor anunciando!