DORMENTE

O amor nasceu cego dentro em mim

congelando meu ser na nostalgia.

Muita teima prendeu-me na euforia

de viver este amor rude e ruim!

Este amor quente faz-me frio, e assim

torna em noite a beleza do meu dia!

O prazer que em meu peito se movia

se fez mais que o desejo do meu fim...

Uma mão me abraça a causa e lança

um frescor na minha alma dolorida,

mas um braço inteiro, rude, forte

desse amor desgraçado que me cansa,

faz surgir mais mortal minha ferida,

num desejo maior de ver a morte.