INTROSPECÇÃO
Minha vida é de mágoa e desgraça
só se podem chorar quem perto vê-la...
É pior que tortura numa praça...
Cena horrenda, pavorosa de novela!
Minha vida de dor é regalada,
faz zunir ouvidos, tinir dentes...
Como pode ser tão desventurada?
Como podem descrevê-la, sábias mentes?
Desgosto, tristeza, amargura...
Verso negro de mim é um riacho
que na curva do rio sempre deixa
muito entulho nos olhos de agrura...
Lamentai: a luz se foi do facho,
só deixou fragosidade em minha queixa!