Máscara
Falseias com tal facilidade o pranto,
que custa-me saber-te, de fato, triste,
e ao constatar que tal fraude em ti existe,
devastado sou, pois que te amei, e tanto!
A dor da decepção, no peito meu, persiste,
malogrado em meu viver o teu encanto
que não passou de dissimulado canto
no qual teu sarcasmo torpe inda insiste.
Nem sentes o gelo da lâmina co’a qual me feriste:
Adaga, navalha, faca, punhal... Não importa!
A solapar minh’alma, teu venábulo em enriste...
Não avalias como tua infame aleivosia corta,
não percebes o amor que, do meu ser, suprimiste,
somente conheces, e sabes, de tu’alma torta...