Descanso Eterno

"...que depois de todo o suplício do viver,

partiremos, e levaremos conosco somente

o que temos mais em conta, de fato, o que

nos é mais precioso, sejamos ou não sabedores

de nossos mais caros anseios."

Félix Arlequim

Na face obscurecida e lodosa da lápide fria

letras belas e sombrias teu retrato encimavam,

dois epitáfios, distintos, na eternidade selavam

teu corpo, em derradeira e sepulcral moradia...

Os dizeres primeiros, de conhecida autoria,

toda tua beleza e tuas virtudes desfilavam,

exaltando as luzes que de teu ser evolavam,

atestando tua iridescente e divinal magia...

Nos dizeres outros, cujo autor se desconhecia,

as letras, soturnas e lúgubres, se arrastavam

revelando toda a morbidez d'uma vida vazia...

Sentimentos opostos que, no teu jazer, duelavam

reclamando teu eterno descanso por companhia,

tormentos, qu’inda pós morte, te desejavam...

Aleki Zalex
Enviado por Aleki Zalex em 09/09/2011
Reeditado em 06/10/2011
Código do texto: T3209031
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.