"SONETO DA MULHER AMADA"

Agirias, tu, como a última mulher desse mundo

Como se insensível, insensata (que não és) fosse

Depois de jurar-me o amor mais profundo

Em ação cruel, tiraste da minha boca o doce

E parti, sem rumo, em direção ao horizonte

Tateando, buscando o que você me trouxe (se trouxe)

Como se buscasse beber água na mais seca fonte

E nada encontrei, me restou apenas o coração vazio

Lembranças do perfume e do lençol macio

Das caricias trocadas em noites mil, coisa e tal

Pendurada em meu pescoço, como gata no cio

Eu então rasguei fotos, cartas e todos os bilhetes

O choro, a angustia, então, a quase passar mal

Pois sois o meu sol, meu ar, minha vida, ”amore mio”

RENÉ CAMBRAIA

René Cambraia
Enviado por René Cambraia em 14/08/2011
Código do texto: T3159173