"SONETO PARA A MULHER AMADA"
Agirias, tu, como a última mulher desse mundo?
Como se insensível, insensata (que não és) fosse
Depois de jurar-me o amor mais profundo
Em ação cruel, tiraste da minha boca o doce
E parti, sem rumo, em direção ao horizonte
Tateando, buscando o que você me trouxe (se trouxe)
Como se buscasse beber água na mais seca fonte
E nada encontrei, me restou apenas o coração vazio
Lembranças do perfume e do lençol macio
Das caricias trocadas em noites mil, coisa e tal
Pendurada em meu pescoço, como gata no cio
Eu então rasguei fotos, cartas e todos os bilhetes
O choro, a angustia, então, a quase passar mal
Pois sois o meu sol, meu ar, minha vida, ”amore mio”
RENÉ CAMBRAIA