COLHEITA

Invejo, lacrimoso, as inscrições

das lápides de esposos falecidos,

ternos hinos de amor dos corações

das mulheres que amaram seus maridos.

Navegando num mar de tentações,

somente os timoneiros precavidos

se afastam dos rochedos de ilusões

e desdenham dos ventos insofridos.

Não terei esse preito de saudade ...

mas, no sono sem fim da eternidade,

hei de alcançar o desejado bem.

Visionário, plantei flores na areia,

mas como Deus dá prêmio a quem semeia,

hei de colher as flores pelo além ...

Élton Carvalho

Élton Carvalho (em memória)
Enviado por Élton Carvalho (em memória) em 01/08/2011
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