COLHEITA
Invejo, lacrimoso, as inscrições
das lápides de esposos falecidos,
ternos hinos de amor dos corações
das mulheres que amaram seus maridos.
Navegando num mar de tentações,
somente os timoneiros precavidos
se afastam dos rochedos de ilusões
e desdenham dos ventos insofridos.
Não terei esse preito de saudade ...
mas, no sono sem fim da eternidade,
hei de alcançar o desejado bem.
Visionário, plantei flores na areia,
mas como Deus dá prêmio a quem semeia,
hei de colher as flores pelo além ...
Élton Carvalho