Titônia
A invernia fenece em sono lento
E profundo. Desperta a primavera,
Sorrateira, quão a brisa que afaga
O pasto vicejante na colina.
A terra multiplica o parco alento.
Um concerto de pássaros reitera
A imensurável e conspícua saga
Da natureza — mãe e heroína.
O azul-fino da opípara estação
Resplandece na abóboda celeste,
Enaltecendo o sêmen que rebenta.
Muitos, uma vez mais, procriarão.
Desvela-se o primor na face agreste,
Alterando a tez da flora cinzenta.