Louvor à Puerícia
A ti hei de confessar meus lamentos.
Auferido o fruto da tenra idade
Da vida, o que resta? a cruel verdade?
Dilacerando a alma em vãos tormentos.
Em versos, cantarei meus sentimentos.
Dos anos dourados — quanta saudade!
Dos sonhos sonhados — doce vaidade!
Egrégio passado d'alvos momentos.
Quando, ao som do derradeiro suspiro,
Minha tristeza dissipar-se enfim,
Desejo reencontrá-la como outrora.
Incólume, e cuja espera por mim,
Haverá de nos unir mesmo agora,
Ao afã de trazer a infância a que aspiro.