Louvor à Puerícia

A ti hei de confessar meus lamentos.

Auferido o fruto da tenra idade

Da vida, o que resta? a cruel verdade?

Dilacerando a alma em vãos tormentos.

Em versos, cantarei meus sentimentos.

Dos anos dourados — quanta saudade!

Dos sonhos sonhados — doce vaidade!

Egrégio passado d'alvos momentos.

Quando, ao som do derradeiro suspiro,

Minha tristeza dissipar-se enfim,

Desejo reencontrá-la como outrora.

Incólume, e cuja espera por mim,

Haverá de nos unir mesmo agora,

Ao afã de trazer a infância a que aspiro.

Mário Neto
Enviado por Mário Neto em 21/07/2011
Reeditado em 17/03/2019
Código do texto: T3108496
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