Soneto da Esperança
“Disto me recordarei no coração; por isso tenho esperança.”
( Lam. 3:21).
“Vertigens de presença e de lembrança...” (Miguel Reale).
Como quisera compreender outrora.
Tal qual, em devaneios se prende a criança,
Prendia-me em saber o que é esperança,
Por que minha infante alma a ignora?
Dez anos se passaram e agora.
Recordo-me de tudo com folgança,
Pois, descobri no coração a herança,
Deixada, por devaneios que se foram embora.
Se foram, mas no espírito incorpora.
E as fantasias a realização, alcança.
Pois, em mim raiou a fulgurante luz d’aurora,
Agora compreendo o que é esperança.
É luz iluminante que em meu peito mora,
São vertigens de presença e de lembrança.
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Em: Sentimentos do Coração, Santa Izabel do Pará, Julho de 2003.