"SONETO DA PAIXÃO"
A paixão o que (não) fará? Mas... só fez rejeitar
Tão amargamente, com o coração, que ninguém enjeita
O sol, a lua, toda a esperança, então, não mais suspeita
Faz, refaz, promete e descumpre, tudo assim, no ar
Fez provar o amargo do fel, mais, só para zoar
Sentimento que comprime a alma triste, a razão espreita
Mas... A tal vontade reagirá? (A ingratidão se deleita)
Dia desses, certamente, o esperado fim há de chegar
De tão cego, tanto que era, a pseuda “pura verdade”
A sombra do sofrimento, sem piedade, ainda espia
Admitindo, mesmo sem confessar, que ainda dói a saudade
O que mais se pode esperar dessa fatídica sinergia
O destino não chega, o tempo não passa, seria maldade?
Que a vida então sorrisse, só isso, era tudo que pretendia
RENÉ CAMBRAIA