"O AMOR, À ALMA NUA"

Que penetras pretensiosa esse teu olhar, o mais puro

Coração ainda latente, mãos frias, loucas por mim

Quem foi que me disse adeus, colocou então um fim?

Como se fosse a última estação, gesto mais que obscuro

Mas...que amor é esse que me oferece beijos maduros?

Um abraço bem apertado, corpo colado, reagiu assim

Que se diz legal, fiel, mas se mostra diferente, ruim

Tantas garantias te dei para que saísses de cima do muro

Volúvel, tu, que me tens escravo, somente para a orgia

Minha alma sã, sarada, curada, que deixa claro que é só tua

Então me revelei bom amante, e por ti, tudo mais faria...

Por ti que és mulher, linda, cuja alma também é nua

Variante, sem ética, como uma orquestra sem sinfonia

Outras iguais encontraria, aqui, ali, nas madrugadas da rua

RENÉ CAMBRAIA

René Cambraia
Enviado por René Cambraia em 13/07/2011
Código do texto: T3092848