"O AMOR, À ALMA NUA"
Que penetras pretensiosa esse teu olhar, o mais puro
Coração ainda latente, mãos frias, loucas por mim
Quem foi que me disse adeus, colocou então um fim?
Como se fosse a última estação, gesto mais que obscuro
Mas...que amor é esse que me oferece beijos maduros?
Um abraço bem apertado, corpo colado, reagiu assim
Que se diz legal, fiel, mas se mostra diferente, ruim
Tantas garantias te dei para que saísses de cima do muro
Volúvel, tu, que me tens escravo, somente para a orgia
Minha alma sã, sarada, curada, que deixa claro que é só tua
Então me revelei bom amante, e por ti, tudo mais faria...
Por ti que és mulher, linda, cuja alma também é nua
Variante, sem ética, como uma orquestra sem sinfonia
Outras iguais encontraria, aqui, ali, nas madrugadas da rua
RENÉ CAMBRAIA