SEMPRE

E é sempre no meu sempre a mesma ausência

E sempre no meu silêncio a minha angústia

E sempre no meu olhar aquela marca

E sempre no meu sempre a inexistência

E é sempre no meu sempre a desistência

E sempre na minha palavra a mesma dúvida

E sempre na minha boca a ilusão farta

E sempre no meu sempre a reticência

De tanto sempre o ser deixou-se por inteiro

De tanto não o humano virou objeto

De tantas vezes o sempre ficou perfeito

O que era ilusório passou a ser verdadeiro

O que era errado passou a ser o certo

Na vã esperança do momento derradeiro

CAMPISTA CABRAL
Enviado por CAMPISTA CABRAL em 22/06/2011
Código do texto: T3050948
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