NEM CARVÃO

Enviei o meu corpo e não tive resposta;

preservaste o teu corpo e feriste meu brio;

minha velha esperança, por vício de aposta

inflamou a ilusão e apagaste o pavio...

Fiz calor em excesso e não venci teu frio;

naveguei tantos mares, morri numa costa;

foste lua distante que busquei no rio,

no regato, no lago, na lama e na crosta...

Tive tantos empenhos nessa busca em vão!

Tanta lenha queimada e nem restou carvão!

A minh´alma sem fogo evaporou no vento...

Sem motivo real para mais fantasias

te rasguei no meu sonho, nas noites tardias

pro desejo; a carência; quiçá sentimento...

Demétrio Sena
Enviado por Demétrio Sena em 22/05/2011
Código do texto: T2986660
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