"VAI DOER... Ah! Se vai..."

"Boia no céu imensa e amarela;

Tão redonda a lua,

Como flutua"... (T. Jobim)

Cai a pena sobre a mesa fria.

Quente, embora, seja a alma nua

bate o vento, a porta, aberta, a rua

vai mostrar, quem sabe, a direção...

Foi-se o tempo, curto, do recreio...

Na capela, ao fundo, o sino bate

no instante em que, tolo, fechei-o

coração, cachorro, ainda late

ao deitar-se, cheia, a lua no capim.

Se num sorriso disfarçado passe,

o riacho que corre mesmo assim,

vai marcando firme sobre a face,

como fendas feitas no marfim,

no que restou aqui, dentro de mim...

L. Cheia, 17.5.11

Lobo da Madrugada
Enviado por Lobo da Madrugada em 19/05/2011
Reeditado em 19/05/2011
Código do texto: T2981040
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.