"VAI DOER... Ah! Se vai..."
"Boia no céu imensa e amarela;
Tão redonda a lua,
Como flutua"... (T. Jobim)
Cai a pena sobre a mesa fria.
Quente, embora, seja a alma nua
bate o vento, a porta, aberta, a rua
vai mostrar, quem sabe, a direção...
Foi-se o tempo, curto, do recreio...
Na capela, ao fundo, o sino bate
no instante em que, tolo, fechei-o
coração, cachorro, ainda late
ao deitar-se, cheia, a lua no capim.
Se num sorriso disfarçado passe,
o riacho que corre mesmo assim,
vai marcando firme sobre a face,
como fendas feitas no marfim,
no que restou aqui, dentro de mim...
L. Cheia, 17.5.11