Soneto para uma saudade persistente
Um dia destes uma saudade bateu na minha porta
Olhei-a, assim meio sorumbático... E disse: Não importa!...
A esta altura, ela deveria estar de toda morta.
Se inda, teimosa, vive, melhor cortar-lhe a aorta!...
Descobrirei onde se esconde, e dizendo: Vim visitá-la!...
Fazê-la estilhaçar como um cristal. Da minha sala
Direi: Agora!...Saia!... Ela tem sido a grande “mala”...
Pesa demais no meu costado. Agora, se alguém fala
De saudade, eu rio... Na minha memória dei “reset”
Limpei assim todas as lembranças velhas, como teste
Quis lembrar-me do teu nome e não lembrei... Elisete?
Talvez... Não me recordo!... Nem mesmo entre as fotos
Mais antigas encontrei uma só que fosse tua... Devoto
Que sou de Todos os Santos –sou baiano- num voto
De fé, pedi-lhes: Livrai-me de todas as saudades!...
Principalmente... Da tua...