Arcos de Nazaré

Arcos de Nazaré

Nazaré 1970

Arcadas de concreto repletas de aço

no sangue e areia que compôs

teu traço na imponência sólida da argamassa,

te ergues, augusto, em solitária praça!...

Arcos de Nazaré, que solidão a minha!...

Eu, que antigamente, solitário, vinha,

rever sobre teus arcos, minha amada,

hoje, sem tê-la,já não busco nada!...

Fostes meu abrigo em temporais e sonhos .

fostes meu confidente de paixões e medos .

hoje, distante e só, guardo em segredo,

aquele mesmo amor, para o qual inda componho,

pela desdita de nunca... Nunca merecê-lo,

as sinfonias infernais dos pesadelos!...