Desencanto-2
Não só minha alma, também estou cansado
Deste prolixo fardo, vasto triste canto
Que por ti anjo meu venho cantado
De tal modo que perplexo me causa espanto
Contemplo a tua imagem bela e celebrada
Que aos meus olhos me causam dor encanto
Tu que inculta, vil, leviana e imaculada
Causas-te em meu peito todo o desencanto.
Enquanto a celebram me levam a sepultura
Doce tormento de bom ar toda galhardia
Desponjo a chorar oh! Morte vil tão dura
Que mitigas perante a noite no alvor do dia
Tu que brada a mais bela de toda a criatura
Matar-me a beleza que meus olhos a via.