Eu sou...
Mortal imortabilizando da profundeza ao cume
A bondade cruel a maldade desgrenhada
Sou o extinguir da razão a loucura em lume
O ridículo do esquadrão a natureza irada
Sou o poder sem poder a justiça injustiçada
A suprema inteligência estupidez desgarrada
Sou o infinito de idéias e o término alçada
Sou Nímio sou logra num jardim de alvorada
O negro manto da morte alvor do nascimento
O sumo bem um mal que não se detém...
O calor inebriante o iceberg em aquecimento
Sou... A fala rouca o sorriso ledo que se vem
A força dos suspiros olhos triste e desatento
Sou um mar de saudade num deserto que se tem
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“Desengano”
Sangrei o meu coração nos raios da aurora
Percebo que tudo não passou de ilusão...
Em ruma de ruínas esta meu castelo agora
Com ele na profundeza ficou meu coração
Efêmera tempestade em dilúvio de outrora
Perdi a boa circunspecção, perdi a razão...
Que faço agora com minha alma que chora
Perdido as sombras no labirinto da paixão.
Alcei vôo, belo era o alvor, agora só o luar
Fauno, emissário anuncia a minha tristeza
Sobre a relva olho para o céu a contemplar
O que fez a poesia, sem essência da beleza
Eu, que tanto idolatrei a essência de amar
Hoje decepcionado não tenho tanta certeza
Autor: René.
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