Soneto de solidão II
No ventre do dia, no colo da noite
Venho pra te encontrar, minha agonia
Tu és fruto da terra, tens no açoite
Doce tristeza, se és melancolia
Moras nos sonhos, és cada alegria
Habitas densas lágrimas, sol poente
No turvo suor que vem do horizonte
Pois és saudade, alívio em acalmia
Porém deixas de ser a calmaria
Quando enfim junto à multidão
Podes por fim sentir meu coração
Descompassado qual brasa na mão
Num sôfrego ritmo enquanto sofria
Batendo por ti em plena solidão