Soneto do apelo à noite

Ó noite, estreita os sonhos meus

Acordado, só, distante, um instante

O coração lateja em prantos teus

E palpita, neste peito, de repente

Ó noite, não deixe que me esqueça

Do que foi, memória tão marcante

Pois respiro o dia incandescente

Que passou, à espera que padeça

A distância, assim, não faz contente

Antes sente uma lágrima inconstante

De uma dor pelo último adeus

Mas nos une a cada sonho delirante

Me desperta desta mágoa incessante,

Só permita que este frio me aqueça...