Soneto de outono
Folhas ao vento caindo, no ar
Em uma estrada, cinza, ao redor
Dançam, felizes, tristes, amor
Que, por sensíveis, parecem falar
Como sentissem a ti sussurrar
Como sussuram em teu resplendor
Mas por que caem ao ver-te chegar
Se tu és brilho, inverno e calor?
És meu outono na vida a clamar:
- Ó, pranto meu, me viste sorrir
Ou só vieste a me visitar?
Pois tu partiste qual folha a vagar
Deixando ao vento, no solo cair
Deixando a esperança em mim acabar