Soneto de Ternura
Eis, Sulamita de pele morena...
Eis o pastor das ovelhas no prado
Vim-te buscando, teu beijo almejado
Vou-te flertando a face serena.
Cada pedaço de ti eu desejo
Quero teu colo, teu fôlego fresco
E neste instinto que é meu, romanesco
Ser dois em um num esplêndido harpejo.
Quão casto é esquentar-me em teus braços
Mais pejo vem do odor que me fica
Sorve meus poros, deixando teus traços.
Teu sentimento sem lógica explica
Todo o motivo de unirmos em laços
Toda a ternura que a alma fabrica.
Obs: A quem não tenha-se situado no primeiro quarteto, convido a ler "O Pastor de Ovelhas", ou o livro de Cantares de Salomão.