Tirania
Arrastando teias e tristezas
Qual espectro surgido da poeira,
Um ser soturno pela dor vagueia
Farejando as frestas da incerteza...
Passos pesados, pisados com crueza,
Revelando a disposição mui cabulosa,
A transparecer a intenção cavernosa,
Olhos fundos, solapados na rudeza...
Minh’alma treme ao toque de aspereza
Da prava mão, ambiciosa, impetuosa,
Tornando minha vontade mui langorosa...
Quanta perversidade! Que malvadeza!
Minha querença é toda entregue, e titubeia,
Que é tanto cativa da tirania impiedosa...