Morto e Enterrado
Viveres tu metido outra vez em minha vida?
Defenda-me Deus do horror dessa má hora,
Que não me dê taça de tão amarga bebida!
A cada dia comemoro o dia que vim'embora...
Jamais pensaria d’onde estou eu agora,
O estapafúrdio de conviver com tua cara lambida,
E ainda que vivesse eu na mais plena amargura,
Não toleraria-te a estorvar minha árdua lida...
Não sentes tua patética estolidez, micróbio?
Nem cadáver eu passarei por tal opróbio,
Retornar ao inferno da tua convivência...
E advirto: Não prendas ilusões, ser pacóvio!
Que só tu não percebes quão profundo e óbvio
É o asco incontido que sinto na tua presença...