Praga

Soltei meu brado destemido pelos ares,

Libertei-me da servidão entorpecida,

Vislumbrei novo prazer em minha vida,

Divisei renovados e plácidos mares...

Todas as vezes que comigo tu sonhares

Lamentarás com dor a minha despedida,

Chorarás de amargor pela minha partida

E teu sofrimento afogarás em sujos bares...

E ainda que ergas por mim os teus altares

Jamais haverás de ver-me a ti retornar

E nunca mais haverás de ter alguém que te ame...

E haverás também de fenecer pelos pútridos ‘lares’

Onde meu puro amor não hesitaste em sangrar

Por prazeres tão sórdidos quão hoje tu’alma é pusilânime...

(Do livro Flores de Cristal)

Aleki Zalex
Enviado por Aleki Zalex em 22/12/2010
Reeditado em 10/10/2011
Código do texto: T2686726
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