Meu Ícaro Revisitado
Meu Ícaro
Por ansiar a pura luz, minha'alma
Viajou desvairada pelo espaço,
Perdeu a paz, perdeu o céu, perdeu a calma,
Emaranhou-se em obscuro laço...
Se rebelou, mais ascendeu, flanou
Na insana busca por tão candente pão,
Esquadrinhou os horizontes e pairou
A contemplar teu luzidio coração!
E o desvario do alçar assaz errante
Trouxe a dor de tão descabido voar
À alma incerta do audaz viajante...
Que retornou sem asas, em oração!
Suplicando só a graça de alcançar
O brilho intenso do teu coração...
Republicação (Pelas duzentas publicações no Recanto das Letras)