Mágoa
Jogado em meio à multidão que aglomera,
Um corpo roto e maltrapilho jaz ao chão,
E esquecido da posse de um coração,
Rosna, blasfema e se desespera...
Não mais tem as ilusões de qualquer quimera,
Não ouve mais a suavidade da canção,
Que um dia escreveu de própria mão,
Nos dias mornos de distante primavera...
Perdeu a paz no leito da cruel megera,
Que consumiu sua inocente ilusão,
Em covil de sorumbática atmosfera...
Nada mais quer, nada mais sonha, nada espera...
Vive sozinho em sua negra escuridão,
Enquanto a mágoa seu coração degenera...