Dolorosa Realidade

‘...revelando-se um profundíssimo

mar de incomensurável tristeza!’

Félix Arlequim

O mundo inteiro baila na densa fumaça,

Sempre a subir na atmosfera, espiralada...

É fugidia e sombria a face da namorada,

É constante a face da mãe, desalentada...

O rosto rubro do alvoroço alígero passa,

Mais um'outra longa e sequiosa baforada,

Dor, torpor, languidez... Alma desmaiada,

Fenece a mente, improfícua, aniquilada...

A melancolia suas redes de pronto entrelaça,

A necessidade de novo enlace é incontinente,

Retalhando a alma, exigindo a fome saciada...

Nada mais há, a não ser agonia e desgraça,

Só um farrapo a se arrastar, miseravelmente,

Só mais uma vida que pelo crack vai sendo ceifada...

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Não acontece com muita frequência, na verdade é até bastante raro, mas confesso que chorei ao acabar de escrever este soneto, que se revelou verdadeiro sumidouro de energia, não obstante, o tenha escrito em reduzido tempo. Penso que tal fato tenha ocorrido devido a densidade do tema, tão triste quão veramente preocupante. Porém, obviamente que não tenho pudores de meu pranto!

Até ouso sugerir que deveríamos chorar todos nós!

E quem sabe nossas lágrimas, sentidas, sinceras, possam de alguma forma se unir, e inundar de esperanças, e fazer transluzir as águas, hoje tão sombrias, deste ‘profundíssimo mar de incomensurável tristeza!’

Quanto a mim, sei que milagres acontecem todos os dias...

Agradecido pela prestimosa atenção.

Um grande beijo na alma...

Aleki Zalex
Enviado por Aleki Zalex em 05/12/2010
Reeditado em 11/02/2012
Código do texto: T2654133
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