Funesta Namorada
Por te amar em demasia e sem medida,
A minha paz perdi nas negras madrugadas,
A percorrer com avidez tuas estradas,
Gastei meu viço e fiz minh’alma abatida...
Nos teus caminhos minha fé foi suprimida,
Não alcancei as plenitudes tão sonhadas...
Meu coração teve as vontades dissecadas,
Minha pujança debruçou-se combalida...
Hoje eu vejo com tristeza essa lida,
Essa empresa descabida e desvairada,
De buscar-te como amor de minha vida...
Sem suspeitar tua aflição dissimulada,
Não percebi a tua alma deprimida,
E fiz da dor minha funesta namorada...