NAVEGAÇÃO 

Vou romper outra noite, sem certeza
do porto que verei pela manhã ...
Nessas noites que vivo não há estrelas,
nem os faróis longínquos que esqueci. 

Não saber o destino, o fim da viagem,
a terra inexplorada que verei,
é o gosto do caminho conquistado,
dos medos derrotados, das batalhas ... 

O tempo, feito enigma, nunca mostra
a sua verdadeira face, e brinca
nos olhos do viajante que se lança. 

Das ondas, aprendi o ritmo, o segredo
de como navegar sem instrumentos,
ao sabor das correntes e dos ventos ...
 

Parte da coletânea
Alguns sonetos que fiz por aí...

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